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Cotidianos, Escolas e Patrimônio

organizadoras
Cristina Patriota de Moura
Elane Ribeiro Peixoto
Maria Fernanda Derntl


autoras e autores
Alana Silva Waldvogel
Alexandre Jackson Chan Vianna
Cristina Patriota de Moura
Elane Ribeiro Peixoto
Julia Mazutti Bastian Solé
Maria Fernanda Derntl
Vinicius Prado Januzzi


edição
brochura, 204 p.
23 cm
ISBN 978-65-5846-010-7
Brasília: Editora UnB, 2021 (1ª edição)

conexão

 

Trechos da Introdução do livro, por Cristina Patriota, Elane Peixoto e Maria Fernanda Derntl:

 

Como é viver em uma cidade considerada patrimônio cultural da humanidade por seu traçado urbanístico? Que vínculos afetivos podem produzir patrimônios para além daqueles aos quais profissionais atribuem valor estético digno de conservação? Como comunidades escolares se relacionam com suas vizinhanças e  produzem cotidianos urbanos em diferentes escalas?

 

O livro que aqui apresentamos procura fornecer pistas para responder a essas perguntas, em diálogo com sujeitos em formação que se movimentam diariamente pela Área Metropolitana de Brasília (AMB). Os percursos cotidianos pela metrópole são realizados em diversas direções pelos seus citadinos, que fazem a cidade (AGIER, 2011) ao se locomoverem por ela. São moradores de diversas Regiões Administrativas (RA) que têm como epicentro a cidade modernista tombada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), mas que, em grande medida, se identificam como provenientes de diferentes cidades dentro do Distrito Federal, mesmo que essas não tenham status de municípios autônomos, como as cidades de Goiás às margens do DF.

As percepções que trazemos são fruto de três anos de trabalho colaborativo entre professoras e estudantes do Departamento de Antropologia e da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília (UnB), com a participação de um professor da Faculdade de Educação Física. A colaboração entre dois laboratórios vinculados aos programas de pós-graduação em Antropologia Social e em Arquitetura e Urbanismo, o Laviver e o Labeurbe, proporcionou à equipe de pesquisa formular percepções acerca da capital do Brasil. Brasília é aqui compreendida ora como obra do planejamento urbanístico modernista (que concebeu um Plano Piloto e “cidades satélites” com projetos próprios), ora como cidade-capital que, coincidindo com o Distrito Federal, não pode ser dividida em municípios, ora como AMB, conforme critério adotado contemporaneamente por agências de planejamento, como a Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan). Do encontro entre nossos olhares e formações acadêmicas é que surgem as percepções antropourbanísticas, termo que concebemos para caracterizar esse produto de nosso encontro.

Almejamos, com as trocas iniciadas por meio dessa parceria, alcançar nossos temas de pesquisa de forma mais abrangente, articulando o espaço construído ao espaço vivenciado pelos sujeitos em suas vidas cotidianas, cujas relações configuram a composição urbana singular de Brasília em seu sentido mais amplo. Concorrendo para essa intenção, os capítulos deste livro combinam abordagens da antropologia urbana e do urbanismo sob diversas perspectivas, com foco tanto no tempo presente quanto nos desdobramentos das transformações ocorridas na breve história urbana de Brasília. A capilaridade entre esses saberes há muito é reconhecida, fecundando estudos como os de arquitetura vernacular, modos de habitar a casa e a cidade e bens culturais, para lembrarmos as tangências mais recorrentes.

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