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Universidades por Projeto: Três Universidades Globais no Campo do Urbanismo no Brasil (2008-2019)

doutorado
2015 - 2020
Defesa em 19 fev. 2020


estudante
Leandro de Sousa Cruz
orientadora - Elane Ribeiro Peixoto


financiamento
Bolsa CAPES - entre jan. 2016 e mar. 2019

apoio
Licença Capacitação (PROQUAD-FAUFBA) - entre fev. 2019 e fev. 2020.

publicações

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Nesta tese de Doutorado analisou-se um conjunto de experiências de colaborações acadêmicas entre três universidades globais – Harvard University, Columbia University e University College London – e instituições no Brasil, no desenvolvimento de atividades de pesquisa, oficinas, ateliês de projeto e consultoria urbana. Parte-se do pressuposto que as universidades globais, ditas de Classe Mundial, circulam com bastante destreza em um sistema de educação superior que está além das fronteiras territoriais, numa esfera multiescalar que atravessa os poderes local e nacional. Considera-se, ainda, que a formação em Urbanismo e Planejamento nos grandes centros, atualmente, impõe a necessidade de se adquirir prática na atuação transfronteiriça, como parte das exigências do mundo do trabalho, adquirindo as habilidades para uma atuação global. A matriz analítica das Cités, formulada por Luc Boltanski junto a Laurent Thévenot e Ève Chiapello, serve de referência para se construir um quadro com os principais valores, perfis e dispositivos que estão em jogo, nas situações em que se realizam as atividades de colaboração, considerando que elas se estruturam em rede e visam, em princípio, à sua ampliação e aos benefícios para o bem comum que se pode obter com o compartilhamento de ideias e de experiências. Constitui-se então o que se chama, nesta pesquisa, de “Universidade por Projetos”,  implicando em uma nova relação entre a vida acadêmica e a rotina de inserir-se em projetos de pesquisa os mais variados quanto possível, em um ritmo marcado pelo tempo do mercado, o que impede maiores investimentos críticos e a construção de redes de solidariedade mais sólidas. Partindo das contribuições de Pierre Dardot e Christian Laval, a análise de como estes projetos se inserem nas estruturas de pesquisa mostrou como a governamentalidade neoliberal, enquanto uma racionalidade, está assentada na lógica empresarial e concorrencial das unidades acadêmicas. A partir dos estudos de caso, foi possível identificar que as atividades de pesquisa aplicada vêm se mostrando instrumentais a esta racionalidade, tendendo a legitimar a atuação de multinacionais e do Estado na condução do território, sem abrir oportunidades para maior participação popular. Também foram identificadas expressões de contracondutas, como alternativas a este processo mais amplo, que se destacam, antes de tudo, pela potencial inserção dos movimentos sociais em redes de colaboração acadêmica.

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